quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O poeta do gueto


(foto: divulgação)

Nas cidades, subúrbios, ruas e becos
O Poeta do Gueto encontra matéria bruta para sua poesia
O Poeta do Gueto caminha normalmente dissimulando sua errante poesia
E cada esquina uma parada diferente
Os bares, as casas, as favelas, tudo sussurra o seu nome
O Poeta do Gueto senta em qualquer sarjeta de qualquer lugar
E observa...
Nas crianças
Nos velhos, jovens, fábricas, carros, concreto...
Em tudo ele escuta uma sinfonia uniforme e dissonante
E, como Orfeu, ele sabe que seu trabalho é dar-lhe Ordem, Forma
Porque apesar de uniforme, é a sinfonia do caos
Nos garotos sussurrando, incógnitos
Nos bares e seus pândegos
Nas janelas, os choros sentidos
Nos mendigos entoando pedidos
Nos vapores cinzas adjacentes
Em tudo o Poeta do Gueto encontra inspiração
Sua musa na esquina ou dentro das quatro paredes da libido
Sua pena está em seus olhos
E o papel já não dá mais...
O Poeta do Gueto em seu corpo de dezoito segue essa sua epopéia
E continuará a ser tentado pela sinfonia
Que já o acolheu na escala melódica.

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