sábado, 30 de junho de 2012

À propósito do poema de Drummond...

  No post anterior eu citei o soneto Drummondiano Destruição; poema impiedoso que nada contra a maré das ideias correntes desses tempos.
  Posto um soneto meu que vai pelo mesmo caminho (embora não possa dizer que tenha sido influenciado diretamente pelo poeta de Itabira...):

  A paixão não é o mundo. Conceber
  Que da mulher e do homem a porfia
  Seja (de quanto há) o que mais vale ao ser
  É a mais inerte e vã filosofia.


  Nela, teus sonhos hão de perecer
  Quais tuas reflexões, à revelia;
  Morrem a sanidade, o afã, o querer
  E os amigos (se é que os tiveste um dia...).


  Tu mesmo morres, por conta da face
  Que crias para a tua sobrepor
  Permitindo à outrem que teu fado trace.


  Mas eis que também és o matador,
  Pois não evitas que o ardor teu embace
  A imagem turva a que prestas louvor.


  Mais em http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=108112
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