quarta-feira, 11 de julho de 2012

Um singelo poema

  Uma reminiscência proustiana a quem, nesse limbo infinito e diluidor da web, procura algum verso:

Eu, sempre ao passar por esta calçada
Um pouco antes de casa, na avenida,
Começo a saltitar, vou em corrida
Com uma sensação desnorteada.

"Meu Deus! Que é isso?", penso, "Não há nada
Me apressando ou qualquer coisa esquecida",
E a alegria captada e obscurecida
Mais de mim toma conta, e faz morada.

Mas sei... todos os dias neste trecho
Volto a ser o menino que antes fui,
Que aqui deixou seu mundo, e ora o meu deixo.

Eu sei... é sua vida que em mim flui,
Como a minha, ó pequeno, futuro eixo
De outra vida que aqui já se conclui.

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